Gestão da Inadimplência

Todo gestor é um Gestor de Pessoas - Queira ou Não

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Dorival Machado
Dorival Machado
Instrutor

Independente da área, do setor ou da especialidade, todo gestor é - ou deveria ser - um gestor de pessoas. Esta é uma verdade muitas vezes ignorada ou subestimada, mas que define o sucesso (ou o fracasso) de qualquer liderança. Não importa se você lidera uma equipe de tecnologia, de manutenção, de almoxarifado ou de cobrança: sua principal responsabilidade é, antes de tudo, fazer com que as pessoas entreguem resultados. E isso exige mais do que domínio técnico. Exige inteligência de gestão de pessoas.

O erro mais comum em muitas organizações é promover para cargos de liderança aqueles que são bons tecnicamente, sem avaliar sua capacidade de liderar pessoas. É o melhor técnico em informática que vira gerente de TI. É o funcionário mais produtivo do estoque que se torna coordenador do almoxarifado. É o eletricista mais ágil que assume a chefia da manutenção. E quando isso acontece sem preparo, o resultado costuma ser conflito, sobrecarga e frustração.

Um gerente de informática precisa entender de sistemas, claro. Mas ele também precisa saber como motivar sua equipe, como lidar com conflitos, como dar feedback e como cobrar resultados sem gerar medo ou resistência. Um gerente de manutenção pode ser excelente em consertar equipamentos, mas isso não basta. Ele precisa saber como organizar o time, delegar tarefas, planejar escalas, ouvir queixas, orientar condutas. Um gestor de almoxarifado precisa dominar a entrada e saída de materiais, mas também precisa saber treinar, orientar e desenvolver sua equipe.

Em outras palavras: a habilidade técnica sustenta o conhecimento, mas é a habilidade com pessoas que sustenta o resultado. E quanto mais a empresa cresce, mais evidente isso se torna. Afinal, problemas técnicos são mais fáceis de resolver do que problemas humanos.

Liderar pessoas é lidar com diferenças. É entender que cada membro da equipe tem uma forma de pensar, de reagir, de trabalhar. É equilibrar empatia com exigência, acolhimento com cobrança. É desenvolver talentos e corrigir desvios sem destruir a confiança. E isso não se aprende em planilha - se aprende com preparo, reflexão e prática consciente.

A resistência a assumir esse papel de gestor de pessoas é comum, especialmente entre líderes com perfil mais técnico. Muitos dizem: “Não gosto de lidar com gente”, “Prefiro fazer do que delegar”, “Sou melhor sozinho”. Mas liderança não é uma escolha técnica - é uma responsabilidade estratégica. Quem ocupa um cargo de gestão precisa assumir o compromisso de formar, orientar e conduzir pessoas. Caso contrário, continuará sendo um ótimo executor - mas um gestor fraco.

Por isso, todo gestor precisa se fazer três perguntas fundamentais:

  1. Eu conheço bem minha equipe, seus pontos fortes e fracos?
  2. Eu sei dar feedbacks claros, consistentes e construtivos?
  3. Eu criei um ambiente onde as pessoas sabem o que se espera delas - e se sentem parte da entrega?

Se a resposta for “não” para qualquer uma dessas perguntas, é sinal de que a parte mais importante da gestão está sendo negligenciada.

Conclusão: não importa se você é gestor de TI, manutenção, finanças, marketing, cobrança ou logística. Se você lidera uma equipe, você é - quer queira, quer não - um gestor de pessoas. E é exatamente isso que vai diferenciar sua entrega. Pessoas bem gerenciadas entregam mais, cometem menos erros, permanecem mais tempo na empresa e representam melhor sua liderança.

Quem lidera processos sem liderar pessoas está apenas empurrando tarefas. Quem lidera pessoas, constrói resultados.


Dorival Machado
Dorival Machado
Instrutor